Preparo do papel.
Os papéis para a execução de uma resinotipia devem, como em todos os processos alternativos, possuir uma boa resistência mecânica para suportar duas fases de manipulação enquanto molhados. Papéis com gramatura entre 200 e 300 gramas podem ser usados sem problema. Gramaturas inferiores também podem ser usados, porém um cuidado maior deve ser aplicado durante o processo todo.
Como a formação de imagem final ocorre pela deposição de pigmento, não é necessária qualquer atenção quanto ao ph do papel escolhido. Da mesma forma, a água utilizada pode ser colhida diretamente da torneira não havendo qualquer necessidade de ser destilada ou desmineralizada.
O primeiro passo é preparar a gelatina que será aplicada sobre o papel para servir de base ao pigmento. O que se deseja é a formação de uma camada de gelatina bem mais espessa do que aquela que é usada nas impressões em papel salgado.
O volume a ser preparado não é o mais importante, porém sempre deve ter uma concentração de gelatina entre 6 e 8 por cento.

IMPORTANTE!
1 – A gelatina deve ser completamente dissolvida para que haja a fixação de grumos no papel.
2 – Aquecer a solução para apressar o derretimento da gelatina deve ser feito com muito cuidado. A temperatura não deve ser muito alta para não comprometer a aderência ao papel.
(Nas poucas informações disponíveis sobre o processo é indicado que a dissolução da gelatina deve ser feita a frio, porém um ligeiro aquecimento não tem qualquer efeito negativo no resultado final.)
A aplicação de gelatina sobre o papel pode ser um pouco frustrante, principalmente nas folhas de dimensões maiores.
Você pode despejar a gelatina, aos poucos, sobre o papel e espalhar com um pincel. Nesse caso o papel vai ondular e se se dobrar sobre si mesmo, formando “poças” do líquido. Isso pode ser contornado fazendo um pré-encolhimento do papel e depois prendendo-o firmemente em uma tábua. (E ainda assim, haverá alguma movimentação do papel.)
Você pode aplicar a gelatina com um pincel e o mesmo problema acontecerá, além do risco de, por falha na passagem do pincel, deixar áreas com mais gelatina e as marcas do pincel.
Como desde o início deste blog a ideia é sempre apresentar uma solução mais acessível, mesmo que fora dos padrões descritos na literatura, a aplicação da gelatina pode ser feita mergulhando as folhas, repetidas vezes no líquido.
Mergulhe o papel por dois ou três minutos tendo o cuidado de eliminar todas as eventuais bolhas de ar que se formem. Deixe secar pendurado por um dos cantos.

Esse método, pelo fato de aplicar a gelatina nos dois lados do papel, pode, quando usado em papeis de gramatura mais baixa levar a formação de uma imagem fraca no verso. Nada que não possa ser resolvido depois com a montagem da impressão sobre um papel mais espesso.
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05/05/2020 às 16:59
Resinotipia 4 – (Melhorias na Resinotipia 2) | Alternativa fotográfica
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