Um dos efeitos da tecnologia digital foi criar a ilusão que fotografia é algo de baixo custo. Nunca foi. Se pensarmos que o principal insumo para a fabricação de filmes e papeis é a prata isso fica bem claro.
Quando só existia o filme, cada disparo tinha que ser muito bem pensado caso contrário, era dinheiro jogado fora.
O interesse renovado nos filmes deu um pouco de fôlego para empresas como a Ferrania, mas o que manda realmente é o mercado. Se isso continuar outros também vão querer sua fatia e, pode ser que os preços caiam um pouco, mas barato não será nunca.
Enquanto isso não acontece ( se é que vai acontecer um dia) o melhor a fazer é aproveitar todas as ferramentas disponíveis, inclusive as digitais.
Essa imagem começou como arquivo digital, depois foi transformada em um negativo de papel encerado e, finalmente, copiada por contato, em papel de emulsão caseira de cloreto de prata.Revelada com D76 e fixada com hipossulfito puro. Ou seja, uma salada. Não é difícil, só exige estudo e um pouco de paciência.

2 comentários
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13/11/2019 às 17:28
Eduardo
E sobre o consumo de água nos processos, qual sua opinião?
19/11/2019 às 15:09
alternativafotografica
Podemos dividir o consumo de água na fotografia em três períodos distintos. Inicialmente não havia qualquer preocupação quanto a isso por parte dos grandes laboratórios comerciais.Até o início da década de 1960 as questões ambientais não eram relevantes para praticamente ninguém. Depois, começando pelos EUA alguma coisa começou a ser feita para o tratamento de efluentes e, principalmente para o reuso da água utilizada. Finalmente nos anos 80 isso se tornou comum, muito mais pela economia que se fazia com o custo no fornecimento de água do que uma real preocupação ambiental. Com a chegada da tecnologia digital , todos os grandes laboratórios fecharam as portas pois se imaginava que a fotografia química estava morta, o que não deixa de ser verdade se formos considerar o uso comercial das imagens. É inconcebível um repórter fotográfico não usar uma câmera digital ou um fotógrafo social parar para recerregar um filme durante um casamento. As fotografias amadoras que também eram mandadas para esses laboratórios, deixaram praticamente de existir já que tudo, agora, fica no HD.
A retomada por algumas pessoas da fotografia química,e aí eu incluo os processos alternativos, a meu ver não representa um impacto que possa se sequer medido. O número de praticantes não é grande. As sessões de trabalho são bem espaçadas e, principalmente o uso da água está mais racional. Quando se fala em lavar um filme por meia hora em água corrente, já se sabe que não é a torneira escancarada. Um filete constante é mais do que suficiente ( e quando digo filete é filete mesmo, quase um gota a gota).
O laboratório amador, improvisado no banheiro de casa, nunca foi o vilão dessa história. Com absoluta certeza consome em um mês menos água que um dia de lava-jato ou a “vassoura hidráulica” para lavar uma calçada.